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domingo, 31 de março de 2013

Saudade.

Você sabe o que é saudade? O dicionário diz que é uma lembrança nostálgica ou até mesmo o pesar da ausência de que nos é querido. Pra mim, não importa. Divido a saudade em boa ou ruim. Saudade boa é aquela que sinto quando você vai embora da minha casa depois de um dia inteiro ao seu lado. Saudade ruim é aquela que sinto quando você passa o dia trabalhando e tudo parece muito menos colorido do que realmente é. Saudade é, definitivamente, a palavra que mais penso quando seu nome me vem a cabeça. E tudo é tão intenso que tenho saudade até do que não vivemos ainda. Sinto falta do nosso futuro… de cheiros, cores e sensações inéditas. Não vem me chamar de maluca e dar aquela risada irônica de sempre. Vai, fecha os olhos que eu vou te mostrar tudo que eu guardo pra nós dois. Vou te mostrar tudo que eu tenho pra te dar e se você não gostar, eu invento um futuro novo. Eu invento um mundo inteiro novo só pra te ver feliz, só pra ter ao meu lado.
To com saudade de como seu cabelo tem cheiro bom toda vez que você sai daquele banho demorado. To com saudade de como você me olha nos olhos, de como você me toca. To com saudade da sua risada profunda toda vez que resolvo implicar com você. To com saudade de você dizendo que eu sou linda e me amando mesmo com alguns quilos a mais. To com saudade de fingir que gosto dos assuntos e das piadas que alguns dos seus amigos dizem só pra te agradar. To com saudade de aturar seus amigos bebendo e fumando demais só pra parecer que não sou uma namorada tão ruim. To com saudade do melhor abraço do mundo. To com saudade do seu cabelo despenteado e essa sua barba mal feita. To com saudade de você me mandando largar o celular. To com saudade de te beijar devagar como se não houvesse mais nada ao redor. To com saudade de te contar meu dia. To com saudade daquele dia que tivemos a maior insônia do mundo e vimos seriado até o dia amanhecer. To com saudade de ver como o namorado das minhas amigas nunca parecia tão bom quanto o meu. To com saudade do seu quarto desorganizado. To com saudade da sua cabeça fora do lugar. To com saudade da maneira estranha que você estalava minhas costas. To com saudade das massagens gostosas que eu ganhava de vez em quando. To com saudade de você dizendo que me prefere sem maquiagem. To com saudade de você me acordando com café da manhã. To com saudade das vezes que ganhei flores e quase morri de felicidade. To com saudade de você encontrando meu cabelo por todo o seu carro. To com saudade até do seu carro bagunçado. To com saudade de rir até a barriga doer enquanto víamos Ted. To com saudade de você me fazendo ouvir música boa. To com saudade de lembrar de você quando escuto Roberta Sá no rádio. To com saudade de você reclamando do quanto sou imediatista. To com saudade de como você lutou pra aceitar meus defeitos e minhas restrições.
To com saudade daquela viagem que ainda não fizemos pra Austrália e quase não conseguimos sair da conchinha pra ver o mundo lá fora. To com saudade da maneira como seus olhos brilhavam e estavam vidrados nos meus quando me pediu em casamento. To com saudade do dia do nosso casamento, quando tudo parecia que ia dar errado e no final, foi até mais bonito que o planejado. To com saudade do primeiro dia na nossa casa nova, quando só tínhamos um colchão jogado no chão, uma geladeira e um fogão antigo. To com saudade toda vez que temos plantões em dias diferentes e a casa parece grande demais. To com saudade de brigar com você por mais espaço na cama. To com saudade de acordar antes de você e ver como você é lindo até quando ronca. To com saudade da cara que você fez quando eu disse que estava grávida do nosso primeiro filho. To com saudade da sua ansiedade indo pra primeira festa de dia dos pais dele. To com saudade do dia que você me deu uma aliança e parecia que nada me importava mais, que eu era a mulher mais completa de todas. To com saudade das cartas que você me escreveu enquanto namorávamos. To com saudade do dia que compramos nosso primeiro cachorro. To com saudade de quando esquecemos de pagar a conta de luz e terminamos jantando a luz de velas. To com saudade da primeira noite em claro com o nosso bebê depois da alta do hospital. To com saudade da sua arrogância. To com saudade de você falando palavras difíceis quando tudo poderia ser resumido de maneira muito mais simples. To com saudade de como achávamos todos muito bobos e passamos a ser muito bobos com nossos filhos.
To com saudade de você me fazendo sentir saudade. To com um monte de saudade guardada aqui, a vista mesmo, sem parcelamento. E não faz nem cinco minutos que fechei a porta da sua casa. Qualquer tempo sem você parece exagero, praticamente eterno. E toda vez que pego o metrô pra ir embora da sua casa, já me pego fazendo planos de quando posso voltar pro seu abraço. Olha, cara, eu não entendo muito de amor, alianças, casamento ou futuro, mas caramba… se isso tudo que estou sentindo aqui dentro não puder ser dado a você, não sei o que vai ser de mim. Não sei o que vou fazer com esse monte de loucura que passa na minha cabeça e no meu coração. Por isso, estou aqui agora. Porque posso passar um final de semana, a semana inteira, um mês, um ano ou até mesmo a vida inteira do seu lado, a saudade sempre vai estar presente. Você é a minha coisa favorita. Meu melhor sentimento, minha melhor lágrima, meu beijo mais inesquecível, meu amor mais verdadeiro, meu sentimento mais puro, meu futuro mais próximo. Obrigada por seu meu, por me amar e por me fazer a melhor mulher do mundo. Obrigada por estar aqui, por não ter ido embora quando as coisas ficaram ruins. Obrigada por ser o amor da minha vida. Quero você hoje, amanhã e depois de amanhã. Todos dias, cada vez mais.

terça-feira, 12 de março de 2013

2011.

Passei um tempo pensando em filmes de comédia romântica e no seriados que eu costumava acompanhar toda semana, e dei risada quando tentei encaixar qualquer uma daquelas histórias bobas com a minha vida amorosa. Ninguém foi me buscar no aeroporto pedindo pra eu não ir embora, o meu melhor amigo não confessou que sempre foi apaixonado por mim, eu não era a menina popular que arrasava corações e se apaixonou pelo cara mais casca grossa do colégio nem nada parecido. Relacionamentos são complicados. Passamos a vida agarrados na ilusão de que tudo funciona como aparece na televisão. O cara nunca te trai, nunca vacila, nunca é inconveniente. Se ele erra, no minuto seguinte, a campainha da sua casa está tocando e você está sendo surpreendida com lindas tulipas amarelas acompanhadas de um cartão com poucas palavras e tudo está perdoado. Tudo volta ao que era antes. Sem mágoas, ressentimento ou qualquer desconfiança. Eu não sou assim e definitivamente, minha vida nunca chegou perto de ser um mar de rosas.
Fui criada tradicionalmente. Meus namoradinhos de escola nunca entraram na minha casa. Não só porque eu sempre tive medo de dar a cara a tapa, mas porque nunca fiz questão de verdade. Por isso, tive alguns dramas bobos e descobri rapidamente que sempre escolhia os caras mais babacas desde nova. Jamais falei de meninos na mesa do jantar ou compartilhei coisas íntimas com os meus familiares, apresentei namoradinhos ou frequentei a casa deles enquanto estávamos juntos. Sempre fui uma pessoa difícil de lidar. Fui criada, educada e mimada assim. E o melhor de tudo (depende do ponto de vista): nunca aceitei mudar por nenhum deles. Não gostou do meu melhor amigo? Dane-se. Não gostou do tamanho da minha saia? Dane-se. Quer que eu delete aquele cara que me perturba as vezes do facebook? Dane-se. Eu nunca aceitei mudar porque sempre tive medo de ser uma dessas mulheres sem personalidade que recebem ordens dos namorados. Sempre tive medo de ser só mais uma e com isso, eu fazia a diferença. Nem sempre de forma positiva, lógico.
Achei que pudesse enrolar esses caras o resto da minha vida e não me importava se eles não acreditavam, sinceramente. Afinal, eram apenas alguns meninos que apareciam no meu caminho e me faziam um afago no coração. Sempre fiz o possível para manter meu coração vazio. Não só por desgosto ou por estar cansada de vivenciar as mesmas histórias e conhecer o mesmo tipo de homem em todas as esquinas. Mas porque eu estava cansada. Cansada de chorar, sofrer e me descabelar por esses tipinhos descartáveis. Até que quando eu menos esperava, conheci esse cara. Ao contrário do que vocês pensam, eu não vou descrever um príncipe encantado e terminar parecendo que vivo em uma comédia romântica. Ele é cheio de defeitos. Tem amigos demais, problemas demais e uma cabeça cheia de códigos que até hoje, depois de um ano, tenho dificuldade em decifrar. O cara não me dá alianças, flores toda semana, não me enche de declarações inesperadas, mas… eu tenho certeza que ele vai me dar dois filhos lindos, uma casa no campo e um peito pra eu encostar a cabeça todas as noites, antes de dormir, quando os problemas parecerem muito maiores do que são.
Ele tem um sorriso meio bobo e olhos lindos, daqueles que você precisa observar por um tempo pra reparar que são claros e quando percebe, passou a vida inteira olhando para eles. São olhos claros-timidos, se é que isso existe. Já contei o jeito que ele dirige? Ele me enlouquece constantemente com a maneira de como não diminui a marcha pra passar nas lombadas. Ele me ama incondicionalmente e eu nunca fico em dúvida em relação aos seus sentimentos. Mas você acha que aceitei meu destino tão fácil assim? Se fosse fácil, meu nome não seria Thais. Eu relutei dezenas de vezes contra os meus sentimentos e fugi até não poder mais. Tudo isso porque eu nunca havia conhecido alguém tão incrível na minha vida e eu morria de medo. Não morria de medo de me jogar e entrar de cabeça, morria de medo de estragar tudo com a mala de manias e defeitos que eu carrego. Me escondi, machuquei, fui machucada, senti saudade, senti algumas misturas de sentimentos que eu nunca vou conseguir explicar, e finalmente, senti o amor.
Ele é um cara tão legal que mesmo fazendo tudo por mim, eu vivo de mãos dadas com a insegurança. Afinal, porque depois de todos esses anos de socos e pontapés eu, finalmente, ia tirar a sorte a grande? Mas aí eu me pego perdida naqueles olhos lindos e já era! Cadê a insegurança? Cadê as minhas neutras? Cadê a antiga Thais? Procuro uma, duas, dez vezes e na-da. Tudo sumiu. Agora o mundo é colorido, nunca mais enxerguei ninguém preto e branco. Depois que conheci esse cara, minha vida só mudou pra melhor. Não só minha vida, eu passo dia e noite tentando mudar vários pedacinhos de mim só pra ele ser feliz do meu lado e jamais pensar em tirar as mãos das minhas. Depois que esse cara entrou na minha vida, eu sinto saudade sincera, enlouqueço com cada sumiço bobo, mando 365 mensagens e espero resposta de todas, escrevo cartas românticas, toda música que escuto parece nossa. Todas as noites que deito a cabeça no travesseiro, penso nele. Todos os dias que abro meus olhos pela manhã, penso nele. Penso nele na cama, no banho, na faculdade, na autoescola, na academia, no carro, no metrô. Penso nele o tempo todo e nunca parece o suficiente. E eu decidi que mesmo ele não tendo ido ao aeroporto atrás de mim, em 2011, quando eu estava indo pra Disney, ele continua sendo o meu final feliz. Ele continua sendo o meu príncipe encantado.

domingo, 30 de outubro de 2011





Perco a hora, quebro um prato e esqueço de conferir se a minha melhor amiga está melhor depois do pé na bunda que levou. Estudo menos, penso mais. Como mais, vou menos para a academia. Demonstro frieza, exponho loucuras. Mostro minhas olheiras, os quilos a mais, o corpo mais flácido, o cabelo despenteado. As unhas estão com esmalte descascado, meu casaco é grande, minha vergonha na cara é pequena. Olho o celular o tempo todo, verifico se meu chat do facebook está funcionando, atualizo meu email, checo até meu orkut, nunca se sabe. Não estou esperando ninguém específico, não estou apaixonada nem ansiosa. Eu só sinto falta de alguma loucura pra tumultuar meus dias. Não sei como continuar acordando toda manhã sem entender se sou feliz ou triste.

Ok, voltei para a academia, vou pro salão uma vez por semana, penteio o cabelo (quase sempre), troquei as redes sociais por alguns seriados, troquei meu moletom. Mas é claro que as coisas não foram tão fáceis assim. Antes de me considerar uma feliz mediana, eu sofri que nem o diabo. Fui no inferno e voltei diversas vezes. Não seria eu se, simplesmente, tivesse sido feliz pra sempre. Tomei um porre, chorei pelos cantos, beijei quem não devia, dei mole pra quem não queria, coloquei minha saúde em risco. Você deve estar pensando: "Agora sim, essa é a Thais!". E sou eu mesmo. Preciso perder tempo e experimentar o lado ruim das coisas frequentemente. Não culpo Deus, o destino ou a fada do dente. Me culpo, porque sou tão confusa (e maluca) e pseudo-distraída (e maluca) que preciso arriscar perder o mundo. Preciso terminar chorando feito uma criança mimada toda vez que perco, abandono e/ou deixo pra lá o que realmente importa. Só assim que eu aprendo.

Eu vivo perdendo tempo. Não aproveito as chances que a vida me dá, porque sou desconfiada e indecisa. Bateu preguiça? Eu não estudo antes da véspera. Promoção da minha loja favorita? Não compro nada porque não quero ficar sem dinheiro. O cara é incrível, está louco por mim e fala até da nossa futura casa de praia? Eu fujo, porque tenho medo de gente que gosta muito de mim, já que eu sou a parte que sempre gosta mais. E sabe o que acontece enquanto eu penso se vale a pena? A prova complica, a loja enche e o cara conhece outra garota disposta a ter uma casa de praia com ele. Eu perco tempo, vida, gente, história e principalmente, felicidade. Perco por falta de tempo.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011



Primeiro, você tira as mãos de mim. Não faz nem cinco minutos e eu já me sinto uma garotinha, agarrada na boneca e perdida no meio de uma multidão, procurando suas mãos para agarrar de novo. Chorei, choro e ainda vou chorar, não tem jeito. E como se não bastasse, você tira os olhos de mim também. Que isso? Como vai ser agora? Eu não sinto falta de você, sinto falta de saber que ainda te tenho, mesmo que perdido em algum lugar longe de mim. Eu não me importava com suas outras companhias, com seu jeito acomodado, seus amigos cheios de piadas ruins e da maneira como que você bebia e perdia a noção de tudo ao seu redor, se machucando, me machucando. Eu não me importava porque sua mãe sempre foi uma coisa linda e eu fazia questão de ter ela como sogra, porque o jeito que você brinca e mima seu sobrinho diz como você vai ser um ótimo pai, porque mesmo sendo um babaca, você ainda conseguia me surpreender. Eu não ligava porque sempre fiz a linha romântica sonhadora e acreditava loucamente naquela besteira de final feliz.

Me tornei uma pessoa mais amarga, talvez até um pouco desesperada. Depois que alguns caras errados passam pela sua vida, você não sabe como vai ser o mês seguinte. Eu posso virar a esquina e me decepcionar. Eu posso ficar em casa e me machucar também. Você deve estar curioso pra saber como eu resolvi meus problemas, né? Eu entendo, também estaria. Mas, a partir de hoje, não tem segredo nenhum, eu só quero vencer esses dias chatos e sem nenhuma emoção. Não quero viver rodeada de caras dispostos a inflar meu ego, mas que não conseguem manter mais de cinco minutos de conversa. Não quero ter um qualquer do meu lado só pra tentar acabar com toda essa solidão crônica e a minha carência insaciável, não quero.

Então não me toca de novo, não aparece de repente e chuta todo o castelo de areia que construí. Passei noites em claro, chorei todas as vezes que escrevi sobre o quanto você me doía, procurei todo o tipo de solução pro nosso (ou deveria dizer seu?) problema, demorei meses pra consegui me reerguer. É a minha vez que desviar o olhar, é a minha vez de fazer o papel de vilã, mesmo sabendo que existe chance de me arrepender no dia seguinte. Eu preciso saber que posso encontrar outra pessoa, conhecer outros sabores, me sujar com outros cheiros. Então vamos deixar pra lá, não tenta se aproximar de novo só pra ver se ainda me tem nas mãos. Porque você tem e não tenho garantia nenhuma do tempo que ainda vai ter. Por isso, prefiro abraçar sua mãe como uma velha conhecida, observar seu sobrinho de longe e manter conversas rápidas com você pra não dar tempo de sentir saudade.

Só não quero passar por tudo aquilo de novo. Não quero ter preguiça de lavar meu cabelo, de me arrumar pra sair, de ir pra academia me cuidar. Não quero cortar minhas unhas e perder qualquer tipo de vaidade por tristeza. Me deixa dispensar outros caras só porque não estou a fim de arrumar encrenca, não porque tenho medo de ocupar o "seu lugar". Eu só quero fazer as unhas, arrumar meu cabelo, colocar uma roupa bonita e descobrir como sorri de novo. Porque eu preciso da minha autoestima, do meu amor próprio e da minha felicidade novamente. E quando você aparecer de novo, bom… diz para a sua mãe que mandei lembranças.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011




Não basta o cara acabar com a minha vontade (mínima) de viver, destruir meus sonhos infantis e me fazer perder o interesse em gostar de pessoas novas. Não basta ele colocar minha vida de cabeça pra baixo. Não, ele tinha que acabar com a minha vontade de escrever, não só sobre ele, mas sobre todos os outros. Não basta ser egocêntrico (e lindo), acomodado (e romântico) e galinha (e ter a melhor presença do mundo), o cara quer me perturbar até quando não se aproxima. De onde surgiu isso, Deus? Cadê o manual de instruções? Eu só queria ser feliz, cara. Ok, eu sei que errei em ter dado toda essa responsabilidade nas suas mãos, mas o que eu vou fazer agora? Não, nem vem, já cansei de chorar, procurar saber como aquela história de amarração funciona e até mesmo, dispensei chances incríveis com medo de você voltar de repente e me encontrar ocupada.


Agora chega. Eu ainda te amo e é por isso que estou te deixando seguir. Sabe aquela história de que você pode ter muitas fulaninhas na sua vida, mas é comigo que você vai casar? Já nem sei se acredito mais. Te vejo atualizando as redes sociais com mil fotos sem sentido, rodeado de gente que eu nunca seria amiga (e que muito menos, gostaria que frequentasse a minha casa) e álcool. Você é incrível, mas está com as pessoas erradas. Se um dia quiser mudar de vida, se um dia você cansar de toda essa baboseira dos seus amigos que se acham eternamente pré-adolescentes, eu vou estar aqui. Pode ser tarde demais pra você cansar das suas fulaninhas e me procurar, já vou avisando. Parei de reservar o seu lugar do meu lado, não aceito mais cheque nem cartão. Só dinheiro vivo. Só assim pra acreditar que tem alguma chance de você aparecer aqui.


Vai aparecer? ótimo, não nego que vou criar esperanças, correr pro salão, shopping, depilação e tudo mais. Sempre vou querer estar impecável pra você, não tem jeito. Vai sumir de novo? Tudo bem, eu sobrevivo, você sempre me machuca pra sempre e no dia seguinte, eu continuo viva, mesmo aos pedaços. Aprendi a viver assim, vou fazer o que? No final das contas, descubro que tudo que me irrita em você, faz parte do meu dia a dia. Somos igualzinhos. E é por essas e outras que, as vezes, acho que é mais saudável você ficar com as suas fulaninhas. Elas podem ser inteligentes, bonitas e ter empregos incríveis, mas quem parar pra analisar vai ver que (sem querer?) elas serão sempre loiras inseguras que fazem medicina. É disso que você gosta, é isso que eu sou. Por isso, to aqui. Ainda quero te beijar, abraçar, conversar e até passar noites ao seu lado, mas não quero isso pra sempre. Quero te curtir enquanto eu me curto, porque no final das contas… somos igualzinhos e esse nosso narcisismo cansa uma hora ou outra.

sexta-feira, 11 de março de 2011



Eu gosto de detalhes e tenho péssima demora. Como conciliar? Eu escrevo pra lembrar. Escrevo pra não esquecer as vezes que mais me machucaram e melhor me amaram. Não quero perder nenhum detalhe na hora de contar minha história pra alguém. Quero que as pessoas consigam chegar perto de imaginar tudo que eu senti com os homens que mais marcaram na minha vida. Não basta viver um grande amor, o apaixonado sempre tem vontade de dizer o nome do sortudo pelos quatro cantos. Já tive vontade de dançar com uma mensagem de boa noite, já chorei quando a pessoa certa lembrou de mim em uma tarde chuvosa e vazia, já me libertei de medos que eu achei que fosse levar a vida inteira porque alguém soube me amar quando eu mais precisava.

Eu quero lembrar por um bom tempo de como ele passava a mão de leve nas minhas costas enquanto o silêncio parecia ser uma das melhores conversas que tive na vida. E o pés? Nossos pés se encaixavam perfeitamente, como se aquela tarde não passasse de uma rotina criada pela minha imaginação. Ele olha nos meus olhos, mas fica inibido quando olho também. Não posso nem devo esquecer de todo o cuidado que ele teve comigo. Eu não sou o amor da vida dele, sequer precisamos um do outro pra ser feliz, mas ele me deu a mão e só pediu confiança, disse que todo o resto ficaria na responsabilidade dele. Ele não esta incluido nos meus grandes amores, aliás... ele não está incluido em lugar algum e essa situação me perturba tanto que eu deixo ele participar desse texto. Tenho medo, muito medo, mas o que é a vida se não for cheia de riscos?

Com o outro era diferente. O "outro"... eu não deveria chamar um grande amor assim, mas como continuar a vida se o nome dele me perturba? Então, me limito. Eu gosto de não me deixar esquecer do momento em que ele beijou meus olhos e aquilo valeu mais do que qualquer pedido de namoro. Naquele segundo, eu tive certeza de que não adiantava lutar contra o maior canalha de todos os tempos, porque ele sabia usar os melhores truques. Eu queria que ele soubesse que me surpreendeu muitas vezes, mas poucas foram as que eu gostei. Eu esperei você no meu aniversário, enquanto estava rodeada de gente, mas ninguém me bastava. Eu esperei você naquela noite em que coloquei meu melhor vestido só pra você me exibir de um lado pro outro. Eu esperei você na minha casa, todas as tardes, imaginando o que ia dizer, que cara ia fazer e o quanto eu poderia te amar mais ainda.

Eu tenho um ex namorado daqueles que demoramos anos pra conseguir desapegar, sabe? Ele era tímido, canceriano e sem orgulho algum quando se tratava de nós dois. Quase nunca me surpreendia, vez em quando, aparecia com chocolates na porta do meu colégio ou se declarava no meio de uma tarde vazia. Ele era boa pessoa, mas sempre deixou claro demais o quanto gostava de mim e acho que isso que estragou tudo. A pergunta é: Até onde podemos deixar uma pessoa nos conhecer? Chegamos ao ponto de eu não conseguir mais lidar com tudo que ele podia oferecer. Eu queria sempre mais, eu queria coisas que ele não podia me dar. O ponto final foi inevitável.

Conheci um cara incrível quando eu menos esperava. Mais velho, sério, de família e tão carinhoso, que fazia com que eu me sentisse uma menininha de laço na cabeça. Passamos um bom tempo juntos, elegemos uma música, vimos filme de criança no cinema. Ele me respeitava tanto que eu mal podia acreditar que tudo aquilo estava acontecendo comigo. Mais uma vez, não soube lidar com o que podiam me oferecer e caí fora. Mas é claro que um tempo depois, ele apareceu mais bonito do que nunca e eu voltei a cair na rede. Ele deixou marcas terríveis no meu coração por muito tempo. Mas com o passar dos anos, reconhecer meus erros e apontar os dos outros foi se tornando tão natural que quase nem sinto mais. Ou melhor, poderia até arriscar que já não sinto coisa alguma.

Não gostaria jamais de esquecer o cara mais novo que me envolvi. Pouca idade, muitos hormônios, pernas incríveis, quase nada na cabeça. Como eu me diverti com aquele sujeito... mas nesse caso, foi ele quem não soube lidar com tudo que ofereci. Em um dia, eu era a outra, no dia seguinte, fui namorada. Ficamos pouco tempo juntos, mas ele despertou um lado romântico meu que nunca havia conhecido com nenhuma outra pessoa. Acho que foi nesse momento que eu me tornei a última romântica do século XXI. Em compensação, como aquele maldito me machucou. Acho engraçado dizer que chorei três dias e morri por três noites, sem qualquer exagero. Quando os três dias se passaram, parecia que a nuvem negra tinha ido pra bem longe da minha vida, mas voltei a ser uma pessoa solitária.

Eu gosto de detalhes, amor platônico, amor correspondido, ligação no meio da noite, mensagem no meio do dia, palavra de conforto em um momento dificil. Eu gosto de simplicidade, carinhos, pés entrelaçados, mãos tímidas, olhares nervosos. Não gosto de joguinho, medo e de tudo mais que as pessoas impõe pra viver em um eterno filme americano, esperando que a vida ganhe mais emoção. Eu faço o que quero ontem, hoje, amanhã e só me dou o direito de arrependimento por alguns momentos, porque logo depois, descubro tudo de bom que eu aprendi. As pessoas me ganham nos detalhes, quando nem desconfiam que já me tem nas mãos.

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010




Pedro me chamou pra sair, Lucas se ofereceu para carregar minha bolsa enquanto caminhávamos até a biblioteca, Rafael me liga quase sempre, João cancela qualquer compromisso quando chamo pra sair, Júnior sempre deixa claro que me quer em sua vida pra algum compromisso sério, Léo só quer diversão e não para de me olhar, Marcos exagera no senso de humor só pra ver se caio no seu papo, Matheus só quer me levar pra cama e desaparecer no dia seguinte, Robson jura que não consegue encontrar alguém melhor do eu. Murilo não consegue se conter e tenta me agarrar no corredor. Fábio me olha nos olhos com a maior intensidade que eu já vi na vida.

Eu conheço mil caras e juro que não entendo como gosto tanto do seu carro vermelho, da sua testa franzida de uma maneira que pede colo, das suas mãos inchadas, das suas promessas vazias, do jeito como você fala que me ama no pé do ouvido, dos seus abraços que esbanjam carência, da maneira como você adora discutir comigo as menores coisas, de como você é lindo de mau humor. Eu gosto tanto de você, que passei a gostar mais de mim. Eu me coloco em primeiro lugar para que você consiga me amar de uma maneira inexplicavelmente incrível. Não quero ser mais uma mulher maluquinha que você conhece, dá boas risadas e depois vai embora sem olhar para atrás. Então tira essa camisa e volta pra cama. Vem bagunçar meu cabelo, falar bobagem e me amar sem pressa, como se tivessemos a vida inteira pela frente.

Eu procuro explicação em búzios, tarot, astrologista, terapia, filmes e o diabo a quatro. Porque eu não quero sentir essa saudade do tamanho do mundo toda vez que você me dá um beijo de despedida. Não quero ter que sair correndo pra arrumar meu cabelo bagunçado, porque nós temos agendas apertadas e deveriamos estar em outro lugar. Não quero ter que aturar seus amigos idiotas enchendo a cara e fazendo piada ruim de madrugada só pra você me achar uma forte candidata para o posto de namorada. Não quero ter que largar minha familia em casa, viajar por uma hora e meia e ter que te dividir com mais cinco pessoas. Não quero a luz acesa enquanto falamos segredos ao pé do ouvido. Não quero me apaixonar, cada vez mais, pela sua familia enquanto você não me dá garantia nenhuma de futuro. Não quero ter que aturar seus atrasos só porque minha saudade é sempre enorme. Não quero ignorar minhas necessidades, porque você exige demais de mim. Será que você aguenta o tranco? Será que você aguenta me colocar na garupa e me levar junto com você?